quinta-feira, 26 de maio de 2011

Cinema da América Latina

O cinema da América Latina são as produções cinematográficas dos artistas, produtores e técnicos latino-americanos, contudo essa classificação é discutível em termos de tradição cinematográfica, já que apenas três países concentram quase toda produção latino-americana até 1970. Engloba características de distribuição internacional desde o fim da década de 1970, conhecida em diversos festivais e entidades dedicadas especialmente ao cinema, como o Festival de Cinema Latino-americano de Toulouse, Festival de Havana ou a Fundação do Novo Cinema Latino-americano, com os antecedentes históricos dos festivais de Pesaro e, sobretudo, de Viña del Mar em 1967 e 1969.

Cinemas Nacionais Isolados

O cinema latino-americano sofreu com o problema do isolamento económico entre os diferentes países, o que impediu a criação de um mercado latino de cinema. Desse modo, a maior parte de sua produção depende da capacidade económica de cada país e do tamanho de seus mercados internos. Desde a origem do cinema sonoro em 1930, até 1996, 89% da produção total cinematográfica se concentrou somente em três países: Argentina, Brasil e México. O cinema latino-americano cresceu devido a barreira linguística da exportação de filmes de Hollywood causada pela introdução do som.

Até meados do século XX, o cinema mexicano e, em menor medida, o argentino, tiveram uma considerável presença latino-americana, com expoentes como Cantinflas ou Libertad Lamarque. No entanto, a partir da década de 1960, a presença internacional do cinema mexicano e argentino desapareceu.

Nessa década, surge a noção do "cinema latino-americano" como uma manifestação artística parente, tanto pelo idioma (porque o papel do Brasil é muito importante) como por temáticas e propostas estéticas aparentadas, assim como pela perspectiva de construir um mercado de cinema latino-americano, integrado por espectadores com a necessidade de se ver nas obras cinematográficas.

Novo Cinema Latino-Americano

O início veio como o Festival do Cinema Latino-americano de Pesaro na década de 1960, porém o ponto-chave foi o Encontro de Cinema Latino-americano de 1967, que teve seu motor no chileno Aldo Francia do Cine Club de Viña del Mar, no cubano Alfredo Guevara do Instituto Cubano de Arte e lndústria Cinematográfica (ICAIC) e no argentino Edgardo Pallero. Foi a primeira vez que se reuniram homens e mulheres do cinema de todos os países latino-americanos.

Até o final da década de 1960, apareceram uma geração de cineastas latino-americanos de grande importância, como os brasileiros Glauber Rocha e Nelson Pereira dos Santos, os argentinos Fernando Solanas e Leonardo Favio, os cubanos Tomás Gutiérrez-Alea e Santiago Alvarez, e os chilenos Raúl Ruíz, Miguel Littin e Lautaro Murúa. Este movimento foi chamado de "Novo Cinema Latino-americano".

Na década de 1970, a maioria dos países latino-americanos sofreram a imposição de sangrentas ditaduras que virtualmente paralisaram a produção cinematográfica e obrigaram centenas de artistas a serem exilados. O caso mais extremo foi o do Chile, que durante a larga ditadura de Pinochet (1973-1989), quase não teve produções relevantes, ao contrário dos cineastas chilenos exilados produziram 178 filmes.

O Novo Cinema Latino-americano diferenciou-se notavelmente do cinema "nacional" do período 1930-1960, por orientar-se muito mais o "cinema independente" e relativamente afastado dos mecanismos comerciais relacionados com os sistemas de "entretenimento".

Argentina, Brasil e México lideram a produção cinematográfica, como o ingresso de uma considerável cinematografia de Cuba, Colômbia, Chile, Bolívia, Peru e Venezuela.

A indústria cinematográfica brasileira moderna tornou-se mais rentável dentro do país, e algumas de suas produções receberam prémios e reconhecimento na Europa e nos Estados Unidos. Filmes como Central do Brasil (1999) e Cidade de Deus (2002) têm fãs ao redor do mundo, e seus directores têm participado em projectos de filmes americanos e europeus.

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