quinta-feira, 26 de maio de 2011

Cinema da América Latina

O cinema da América Latina são as produções cinematográficas dos artistas, produtores e técnicos latino-americanos, contudo essa classificação é discutível em termos de tradição cinematográfica, já que apenas três países concentram quase toda produção latino-americana até 1970. Engloba características de distribuição internacional desde o fim da década de 1970, conhecida em diversos festivais e entidades dedicadas especialmente ao cinema, como o Festival de Cinema Latino-americano de Toulouse, Festival de Havana ou a Fundação do Novo Cinema Latino-americano, com os antecedentes históricos dos festivais de Pesaro e, sobretudo, de Viña del Mar em 1967 e 1969.

Cinemas Nacionais Isolados

O cinema latino-americano sofreu com o problema do isolamento económico entre os diferentes países, o que impediu a criação de um mercado latino de cinema. Desse modo, a maior parte de sua produção depende da capacidade económica de cada país e do tamanho de seus mercados internos. Desde a origem do cinema sonoro em 1930, até 1996, 89% da produção total cinematográfica se concentrou somente em três países: Argentina, Brasil e México. O cinema latino-americano cresceu devido a barreira linguística da exportação de filmes de Hollywood causada pela introdução do som.

Até meados do século XX, o cinema mexicano e, em menor medida, o argentino, tiveram uma considerável presença latino-americana, com expoentes como Cantinflas ou Libertad Lamarque. No entanto, a partir da década de 1960, a presença internacional do cinema mexicano e argentino desapareceu.

Nessa década, surge a noção do "cinema latino-americano" como uma manifestação artística parente, tanto pelo idioma (porque o papel do Brasil é muito importante) como por temáticas e propostas estéticas aparentadas, assim como pela perspectiva de construir um mercado de cinema latino-americano, integrado por espectadores com a necessidade de se ver nas obras cinematográficas.

Novo Cinema Latino-Americano

O início veio como o Festival do Cinema Latino-americano de Pesaro na década de 1960, porém o ponto-chave foi o Encontro de Cinema Latino-americano de 1967, que teve seu motor no chileno Aldo Francia do Cine Club de Viña del Mar, no cubano Alfredo Guevara do Instituto Cubano de Arte e lndústria Cinematográfica (ICAIC) e no argentino Edgardo Pallero. Foi a primeira vez que se reuniram homens e mulheres do cinema de todos os países latino-americanos.

Até o final da década de 1960, apareceram uma geração de cineastas latino-americanos de grande importância, como os brasileiros Glauber Rocha e Nelson Pereira dos Santos, os argentinos Fernando Solanas e Leonardo Favio, os cubanos Tomás Gutiérrez-Alea e Santiago Alvarez, e os chilenos Raúl Ruíz, Miguel Littin e Lautaro Murúa. Este movimento foi chamado de "Novo Cinema Latino-americano".

Na década de 1970, a maioria dos países latino-americanos sofreram a imposição de sangrentas ditaduras que virtualmente paralisaram a produção cinematográfica e obrigaram centenas de artistas a serem exilados. O caso mais extremo foi o do Chile, que durante a larga ditadura de Pinochet (1973-1989), quase não teve produções relevantes, ao contrário dos cineastas chilenos exilados produziram 178 filmes.

O Novo Cinema Latino-americano diferenciou-se notavelmente do cinema "nacional" do período 1930-1960, por orientar-se muito mais o "cinema independente" e relativamente afastado dos mecanismos comerciais relacionados com os sistemas de "entretenimento".

Argentina, Brasil e México lideram a produção cinematográfica, como o ingresso de uma considerável cinematografia de Cuba, Colômbia, Chile, Bolívia, Peru e Venezuela.

A indústria cinematográfica brasileira moderna tornou-se mais rentável dentro do país, e algumas de suas produções receberam prémios e reconhecimento na Europa e nos Estados Unidos. Filmes como Central do Brasil (1999) e Cidade de Deus (2002) têm fãs ao redor do mundo, e seus directores têm participado em projectos de filmes americanos e europeus.

Cinema dos Estados Unidos

O cinema dos Estados Unidos, além de uma forma de expressão cultural específica de um povo, é também uma das mais bem-sucedidas indústrias de entretenimento do mundo. Apesar de nem todos os filmes dos Estados Unidos serem produzidos em Hollywood, a localidade tornou-se sinónimo desta indústria nacional. A influência do cinema americano no resto do mundo é avassaladora e permanece, geralmente, como uma referência para o público que, em termos gerais, prefere esta cinematografia aos filmes do seu país.

Thomas Alva Edison teve um papel importante na invenção do cinema, mas os direitos que reclamava legalmente e usando, mesmo a força, devido à patente da invenção, obrigou muitos cineastas a procurar outros locais para realizar os seus filmes. Em Los Angeles, na Califórnia, os estúdios começaram a instalar-se numa zona pacata da cidade: Hollywood.

Antes da Primeira Guerra Mundial, os filmes eram feitos em várias cidades dos Estados Unidos, mas já se notava uma certa atracção em relação ao sul da Califórnia, que foi aumentando com o desenvolvimento da indústria. Eram atraídos pelo clima ameno e pela luz do sol, que permitia filmar no exterior durante quase todo o ano. A variedade de paisagens proporcionadas pelos arredores constituiu também uma razão para esta preferência. David Wark Griffith, e o seu The Birth of a Nation (O Nascimento de uma Nação), é considerado, quase unanimemente, o verdadeiro pai desta cinematografia, ao definir as regras e a linguagem própria da sétima arte (lugar que ocupa, no plano mundial, com Serguei Eisenstein, na Rússia).

O cinema dos Estados Unidos teve um efeito profundo sobre o cinema em todo o mundo desde o início do século 20. Sua história é, por vezes, dividida em quatro períodos principais: A Era do Cinema Mudo, O Cinema Clássico de Hollywood e O Período Contemporâneo. Desde 1920, a indústria cinematográfica americana arrecadou mais dinheiro a cada ano do que qualquer outro país.

Actores americanos como John Wayne e Marilyn Monroe tornaram-se figuras icónicas, enquanto o produtor e empresário Walt Disney era um líder em ambos filmes de animação e merchandising. Os grandes estúdios de cinema de Hollywood são a principal fonte de filmes de maior sucesso comercial no mundo, tais como “Gone with the Wind” (1939), “Star Wars” (1977), “Titanic” (1997), e "Avatar" (2009). Actualmente, os estúdios de cinema norte-americanos geram ao todo centenas de filmes de cada ano, tornando os Estados Unidos o terceiro produtor mais prolífico de filmes no mundo - o primeiro é a Índia e o segundo a Nigéria.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Cinema Indiano

A indústria de cinema Indiana é considerada a maior do mundo em termos de vendas de bilhetes (o preço é dos mais baratos do mundo) e na produção de filmes por ano. O Cinema indiano é conhecido também por ter um grande público, em cada três meses as salas de cinema chegam atingir o total da população da Índia. Os filmes produzidos têm ao longo dos anos ganho popularidade internacionalmente devido à comunidade de indianos residentes noutros países.

A 7 de Julho de 1896, os irmãos Lumière introduziram o cinema em Bombaim (actualmente Mumbai). Um ano mais tarde começaram as exibições diárias de filmes pelo Clifton and Co.’s Meadows Street Photography Studio.

Em 1898, Hiralal Sen (considerado um dos primeiros directores do cinema indiano) começou a filmar cenas teatrais em Calcutá (em bengali, a Índia tem várias línguas) como complemento às peças de teatro (exibindo os filmes nos intervalos na sua maioria para famílias da alta sociedade). Harischandra Sakharam Bhatavdekar, conhecido como Save Dada, filmou o primeiro documentário indiano sobre um encontro de luta livre que ocorreu em 1897. Anos mais tarde em 1901, gravou o regresso de Ragunath P. Paranjpye de Cambridge (distinguido em Matemática na Universidade de Cambridge, e de M. M. Bhownuggree) que acabou por ser o primeiro filme de notícias indiano.

O potencial comercial do cinema indiano também foi testado nesta altura com filmes como “Grand Kinetoscope Newsreels” de F. B. Thanewala que se tornou num sucesso. J. F. Madan foi um produtor de cinema bem-sucedido, com vários filmes de êxito, também é conhecido por fundar a Madan Theatres Limited, que se viria a tornar a maior casa de produção, distribuição e exibição e a maior importadora de filmes americanos depois da Primeira Guerra Mundial.

Nesta altura começaram a ser estabelecidas as casas de cinema nas grandes cidades indianas, tal como o Novelty Cinema de Bombaim e o Elphinstone Picture Palace em Calcutá (estabelecido por J. F. Madan em 1907). As projecções de cinema, por vezes eram organizadas em tendas. Em 1904, Manek Sethna fundou a Touring Cinema Co. Em Bombaim e um ano mais tarde, Swamikannu Vincent, um engenheiro de vias-férreas que estabeleceu um tipo de cinema itinerante que ia até às pequenas cidades e aldeias do sul da Índia.
A primeira longa-metragem foi um filme com o nome de Pundalik, por N. G. Chitre e Dadasaheb Torne. Raja Harishchandra foi um filme produzido em 1913 por Dadasaheb Phalke e foi o seu primeiro sucesso, é um filme que se foca em temas indianos. Dadasaheb Phalke teve a ideia de fazer uma indústria cinematográfica que se focasse nesses temas, foi inspirado pela projecção de A Vida de Cristo e continuou a fazer filmes de mitologia até à chegada do cinema sonoro, pois foi aí que este tipo de filmes começara a perder popularidade.

Em 1918 surgiu a primeira longa-metragem no Sul da Índia, Keechaka Vadham de Rangaswamy Nataraja Mudaliar.
Por volta do ano de 1920 a produção de filmes no país já atingia os 27 filmes por ano. 11 Anos mais tarde chegou a uns 207 filmes anuais, foi nesta altura que apareceram novas companhias de produção e cineastas.
Os anos 30 trouxeram muitas mudanças à indústria cinematográfica, do ponto de vista técnico e estilístico. Um marco importante foi em 1931 aquando o lançamento do primeiro filme indiano com som com o nome Alam Ara do director Ardeshir Irani. O filme foi dobrado em hindi e urdu tornando-se um êxito. Muitas outras produções a partir deste momento começaram a incluir diálogos nos seus filmes.

É na década de 30 que surgem os grandes três centros cinematográficos em Bombaim (Mumbai), Calcutá (Kolkata) e Madras (Chennai):
Bombaim – Distribuição a nível nacional não tanto de exportar.
Madras/Calcutá – dedicavam-se a filmes regionais.
Entre os anos 40 e 50, surgiram os filmes com sequências de música e dança, considerada a era de ouro do cinema indiano. Muitos dos filmes eram produzidos com os actores a executar as canções em playback.
Em 1953, Pather Panchali ganhou o premio para melhor Documento Humano no Festival de Cannes. Por volta desta mesma época, o cinema popular estava a abordar temas sociais, particularmente na indústria de cinema hindi.
Entre 1960 e 1980 surgiram muitos filmes com alto valor de produção, destacando-se um: Sholay de Ramesh Sippy. Nos anos que se seguiram os filmes que eram considerados comerciais eram os musicais românticos. 

Bollywood
  
Bollywood é a maior indústria de cinema indiano, em termos de lucros e popularidade a nível nacional e internacional. O nome surge da fusão de Bombaim que era o antigo nome de Mumbai e de Hollywood. Embora o nome seja usado por vezes para designar todo cinema indiano o que é incorrecto, pois é o nome da indústria de língua hindi.

Só a partir de 2000, Bollywood viu a sua popularidade aumentar no mundo, levando ao aumento da qualidade técnica e de inovação.
Bollywood atrai todo o tipo de pessoas, desde modelos a actores de teatro, até pessoas comuns se dirigem ao centro desta indústria para se tentarem tornar em estrelas.

Uma das técnicas usadas em Bollywood no som é que raramente as falas são gravadas nos locais sendo reproduzidas em estúdio pelos actores, enquanto tem um ecrã à frente com as suas imagens.
Os filmes de música e dança tem a particularidade, das músicas serem gravadas por um cantor profissional, em seguida os actores fazem a sincronização labial. Poucos são os actores que sabem cantar e dançar.
Normalmente os filmes de Bollywood custam perto de 10 milhões de dólares a fazer, a meio da década de 1990 começou a existir pressão para que os níveis de qualidade atingissem os mesmos dos filmes internacionais.

Cinema Japonês

O Japão tem uma das mais antigas indústrias de cinema do mundo, a sua história estende-se por mais de 100 anos. Actualmente é o terceiro pais com mais produções cinematográficas.

Em 1897, O cinematógrafo foi apresentado pelo cinegrafista dos Lumière que mostrou os primeiros filmes no Japão, porém, não foi uma nova experiencia para os japoneses que já tinha uma rica tradição de objectos pré-cinemáticos como a “lanterna mágica”. Em 1898, apareceu os primeiros filmes japoneses sobre fantasmas e em 1899, o primeiro documentário. Os primeiros filmes japoneses empregavam "benshi", narradores cujas leituras dramáticas acompanhavam o filme e a música.

No início do século XX, mas precisamente em 1908, Shouzou Makino, considerado o director pioneiro do cinema japonês, começou sua influente carreira com "Honnouji Gassen", produzido por Yokota Shoukai. Em 1917, Yasunosuke Gonda, com seu filme "A filha do Capitão", que torna um dos primeiros filmes falados com a sua adaptação anos mais tarde, iniciou novas técnicas para a era dos filmes mudos, como os close-up e os cut back.

Os filmes japoneses ganharam popularidade no meio da década de 20 contra os filmes estrangeiros, em parte, por causa da popularidade das estrelas de cinema. Nos finais dos anos vintes, formaram um movimento conhecido pelos seus filmes de tendências que possuía intenções radicais, porém, os membros acabaram por ser presos e o movimento acabou por desfazer-se.

O terramoto de 1923, o bombardeamento Aliado de Tóquio durante a Segunda Guerra Mundial, assim como os efeitos naturais do tempo e da humidade do país nas frágeis películas, destruíram a maior parte dos filmes realizados naquele período.

Nos anos trinta, ao contrário dos Estados Unidos, ainda continuavam com os filmes mudos, embora, começaram a surgir algumas curtas-metragens com som. Nos anos trinta também ficou marcado com o envolvimento do governo no cinema como forma de propagandas e documentários.

Na década de 40, devido a Segunda Guerra Mundial, a fraca economia e o desemprego afectou a Indústria cinematográfica, porém, ainda, continuava a usar o cinema como forma de propaganda e de enaltecer o império japonês. Os anos cinquenta ficaram conhecidos como “Período Dourado” no cinema japonês, onde vários filmes recebem elogios da críticas e conhecidos internacionalmente, como o “Godzilla” ou "Os Setes Samurais". O primeiro filme com cor foi "Carmen Comes Home" dirigido por Keisuke Kinoshita e realizado em 1951.

O movimento "New Wave Japonês" surge na década de cinquenta e termina no início dos anos setenta, que começa os primeiros "pink filmes" japonês, embora ter tido controvérsias pelo conteúdo sexual explícito, foram os primeiros passos para jovens realizadores independentes do Japão conseguir seu espaço na indústria cinematográfica.

Durante a década de oitenta, com o anime (termo popularizado para a animação japonesa) ganhando popularidade, surge vários filmes animados, como a Princesa Mononoke, que mais tarde na década de 90, vários directores introduzem novas ideologias acerca do anime como não sendo apenas para o entretenimento mas uma arte moderna, como o filme Ghost in the Shell, um filme de animação baseado no manga de Masamume Shirow, que tornou mundialmente conhecido, o mesmo caso do filme de Neon Genesis Evangelion, devido a imensa popularidade da série.

A década de 2000 foi o período mais produtivo para o cinema japonês desde 1955, o número de produções aumentaram, em particularmente, os filmes baseados em series de animações populares. Actualmente é considerado o "Segundo Período Dourado do Cinema Japonês" por causa da imensa popularidade do anime no Japão e no resto do mundo que conta com 60% da produção cinematográfica japonesa.

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Cinema Alemão

O cinema na Alemanha ficou marcado com várias tendências artísticas e vanguardas plásticas. Como é do conhecimento geral a Alemanha esteve dividida entre: República Federal Alemã e a República Democrática Alemã e cada qual os seus filmes completamente independente uma da outra, sendo as temáticas, a linguagem e a estética diferentes.

Com o fim da 1ª Guerra Mundial o cinema alemão alcançou algum sucesso económico devido à desvalorização da sua moeda o que possibilitou à exportação de filmes a preços praticamente sem concorrência, mas por outro retirou a vontade de muitos produtores de exportarem os seus filmes para o país. Tal não era o estado da economia alemã que a indústria cinematográfica dependia de muitas companhias economicamente fracas. O cinema alemão alcançou um dos pontos mais altos em 1920 quando foram produzidos 474 filmes de longa-metragem.

O Marco estabilizou no ano seguinte permitindo as normais condições de produção que se espera nesta indústria, nesta altura os produtores americanos começaram a interessar pelo mercado alemão. Mas os produtores alemães não conseguiam alcançar a concorrência estrangeira, então o governo decidiu intervir proibindo os filmes estrangeiros de ultrapassar o número de fitas que o país produzia na altura. A UFA (complexo de distribuição fundado em 1917) em 1926 viu se forçada a pedir um empréstimo de quatro milhões de dólares, junto das concorrentes americanas como a Metro Goldwin Mayer (Declarou falência fechando as suas portas em 2010) e a Paramount, nem mesmo assim a UFA iria conseguir evitar a falência, o consórcio Hugenberg interessou-se pelo complexo de distribuição e então esta ficou sob o controle do consórcio, mas os seus fins inicialmente não tinham destino económico mas de publicidade política. Nesta altura de crise era favorecia esta actividade artística.

O cinema alemão foi atingido ainda antes do cinema sonoro ter grande profundidade pela crise económica de 1929-1930. Mais uma vez esta indústria é usada com segundas intenções depois de os nacional-socialistas atingirem o poder, acabando com as companhias pequenas e colocando as grandes sob controlo do estado. Já depois de Hitler tomar o poder, Goebbels, comunicava, às pessoas ligadas à indústria do cinema que o governo teria interesse em tudo o que se referia a ela. Em 1934 saiu uma lei que punha o cinema alemão sob alçada da censura, que ia desde o guião ao produto final. Na altura do governo nazi o cinema regrediu, pois não havia críticas à sociedade, e ao governo devido à censura.

Na sua maioria por esta altura o cinema era constituído por filmes de documentário como Sieg des Glaubens” (A vitória da fé, 1933) e “Triumph des Willens” (O Triunfo da Vontade, 1935) ambos sobre congressos realizados no mesmo ano e no ano anterior respectivamente.
No final do século XX o cinema alemão acordou finalmente de uma época de desassossego com o filme Corre Lola Corre de Tom Tykwer (1998).

Vários filmes alemães obteram sucesso internacional ganhando várias distinções como: Óscar para Sem Lugar na África, de Caroline Link (2002), um Urso de Ouro na Berlinale para Contra a Parede, de Fatih Akin (2004)

A mudança de mentalidade fez com que géneros até então pouco apreciados como a comédia atingissem sucesso (Adeus, Lenine de Wolfgang Becker de 2003) pois tratam de histórias com temas universais.
Surgiria então na década de 2000 o interesse em convulsões sociais, A Queda de Oliver Hirschbiegel quebrou um tabu, decidindo mostra o lado humano de Hitler.

De destacar que desde 1951 acontece o Festival Internacional do Filme de Berlim, que é o segundo mais importante festival a seguir ao de Cannes.
O futuro da indústria cinematográfica alemã prevê-se risonho com a união do poder do público com a iniciativa privada.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Cinema Português

A exibição das curtas-metragens independentes de um empresário da cidade do Porto, Aurélio Paz dos Reis, marcou o início do cinema português. A Saída do Pessoal Operário da Fabrica Confiança, de 1986, é uma adaptação sua de uma das obras mais conhecidas dos Lumière, A Saída dos Lumière da Fabrica, que é considerado o primeiro filme da história do cinema, e ao mesmo tempo, o primeiro documentário.

Após não obter resultados esperados nos seus espectáculos, Paz dos Reis, tenta o Brasil, apesar de ser o responsável pelas primeiras imagens animadas no Brasil e da exibição dos seus filmes, regressa desiludido.

O interesse de Paz dos Reis pelo cinematógrafo provém do conhecimento de Edwin Roubsy, um fabricante inglês de máquinas de filmar e projectar, o mesmo a quem o George Méliès comprou um projector que ele próprio transformou em máquina de filmar. Influenciado por esta mesma personagem que Manuel Maria da Costa Veiga se tornou exibidor de filmes em Lisboa. Paz dos Reis e Costa Veiga, então, fundam em Portugal essa tradição.

No inicio do século XX, nasce em Portugal a primeira ficção cinematográfica, um curta-metragem de, 1907, filmada pelo fotografo lisboeta João Freire Correia e realizada por Lino Ferreira, “O Rapto de uma Actriz”. Com este filme, inicia o primeiro Ciclo de Lisboa. Em 1902, funda, no Porto, a Invicta Film que se destacou um pouco mais tarde na história do cinema português, estabelecendo uma alternância entre Lisboa e o Porto na liderança da produção nacional, até o surgimento do filme sonoro.

Em 1909, a Portugália Film, empresa de João Freire Correia, começa a produzir documentários que obteve sucesso pela curiosidade que o género despertava, no entanto, acaba por investir em filmes de ficção. “Os Crimes de Diogo Alves”, filme falado de João Tavares em 1911, faz enorme sucesso. A grande aceitação da velha história dos bandidos de Lisboa instala-se a marginalidade como tema recorrente do cinema português.

O primeiro filme histórico surge com “Rainha Depois de Morta, Inês de Castro” em 1910, de Carlos Santos e depois de várias produções do género, fecha-se o Ciclo de Lisboa.

A década de 50 anuncia mudanças, sendo, no entanto, um período de estagnação. O primeiro sinal de mudança é dado por Manuel Guimarães que, com uma vertente neo-realista, opta por oferecer aos espectadores o lado mais cru das coisas. Manuel Guimarães que se assumiu na convergência da tradição realista, acentuará a nota vanguardista no seu suposto neo-realismo, que nunca o chegou verdadeiramente a ser, pelo menos, tanto quanto ele desejava que tivesse sido. “Nazaré”, filme de 1952, de sua autoria foi ferozmente censurado. Realismo sim, mas de boas maneiras.

A RTP, que foi criada em 1955, teve um papel importante na divulgação dos clássicos, na mudança dos hábitos de consumo de conteúdos fílmicos e, especialmente, quando abre as suas portas à produção externa depois de 1974. Fernando Lopes, influenciado pelo realismo italiano e pela vanguarda francesa, filma "Belarmino", em 1964, "António de Macedo Domingo à Tarde", em 1965, ambos os filmes produzidos por António da Cunha Telles. Enquanto produtor, Cunha Telles teve um papel significativo na história do cinema português, ao tentar criar condições de auto-suficiência na produção de filmes e conciliar cinema de arte com cinema de grande público.

A década de 70 foi marcada pelo amplo recurso a uma inovação técnica com origem nos anos 60, o uso de máquinas de filmar de 16 mm com capacidade de gravação de som sincronizando com a imagem. Estas câmaras revolucionaram não só as técnicas como também a própria linguagem cinematográfica, permitindo grande agilidade na filmagem e a possibilidade de reduzirem consideravelmente os custos de produção. A abordagem de temas que seria bem mais complexa com câmaras de 35 mm torna-se mais fácil. Isso contribui de um modo decisivo para que alguns cineastas portugueses optem pela prática do chamado cinema directo, explorando temas que até então tinham escapado ao olho da objectiva.

A Revolução dos Cravos a 25 de Abril de 1974 foi decisiva para o futuro do cinema português, quer pelas liberdades que introduziu nas práticas sociais e culturais quer pelo papel que a RTP desempenhou na produção e difusão de obras cinematográficas nacionais, principalmente, na área do documentário. Como consequência directa da revolução foram criadas no IPC (Instituto Português de Cinema) as Unidades de Produção, que, usando os meios técnicos de produção e pós-produção disponibilizados pelo IPC e funcionando com um espírito colectivista, teve como finalidade garantir a actividade dos profissionais de cinema, ilustrar as transformações radicais com que o país se confrontou, fazê-las chegar a locais onde nunca chegaram, educar e agitar politicamente as consciências. Um dos exemplos representativos do movimento é o filme colectivo "As Armas e o Povo", produção do Sindicato de Trabalhadores do Cinema e Televisão. Os filmes de ficção e com uma vertente documentaria, tocados por esse espírito ou pelo simples desejo de renovação, marcaram o início de uma nova época, apostada no cinema militante. O produtor e director de produção Henrique Espírito Santo teve um papel importante neste período.

Os anos oitenta foram, na história do cinema em Portugal, uma década reveladora. Anos de ouro, pelo volume de produções, pela novidade e diversidade nas formas e nos conteúdos, mas também por essas produções prefigurarem consequências das transformações ocorridas e do trabalho desenvolvido na década anterior, como resultado da Revolução dos Cravos.

Os anos seguintes da década de oitenta caracterizam-se pela continuação de tendências como estas, pela intervenção de cineastas mais jovens e pela aposta feita por Paulo Branco e pelos agentes culturais em Manoel de Oliveira, que se torna cineasta oficial, filmando desde “Amor de Perdição”, em 1978, ao ritmo de cerca de um filme por ano.

A década de oitenta assiste a sucessos de bilheteira. Um dos grandes é “O Lugar do Morto”, em 1984, de António Pedro Vasconcelos. A obra de José Fonseca e Costa, “Kilas, o Mau da Fita”, de 1980, e “A Mulher do Próximo”, de 1988 será marcante por essa mesma razão e, mais ainda, por ilustrar a opinião de certos cineastas que defendem a necessidade em Portugal de um cinema de grande público, visto por eles como indispensável para a simples existência ou sobrevivência de uma indústria nacional de cinema.

Em termos de reconhecimento internacional, são no entanto as obras de António Reis, de Manoel de Oliveira, de João César Monteiro, de José Álvaro Morais ou até mesmo de João Botelho que mais se fizeram notar.

A primeira década do século XXI é caracterizada por uma primeira fase, entre 2000 a 2005, em que predominaram filmes de autor, acentuando tendências experimentais, apostando em motivos ousados, em que se desvela injustiças sociais, filmes que revelam alguma inquietação pelo evoluir da situação que afecta o país e as mentalidades. Nesses primeiros cinco anos, alguns desses filmes transpuseram fronteiras, marcando presença em festivais importantes, foram exibidos comercialmente nalgumas salas independentes, não só em França como era habitual, e acabaram por merecer as atenções de novos críticos.

Actualmente a situação alterou-se radicalmente com o aparecimento, a partir de 2005, de filmes comerciais cujo público-alvo, as audiências habituais das telenovelas, quem se habituou a gostar de histórias cor-de-rosa, a seguir intrigas escabrosas ou fait divers mediáticos, a assistir ao folhetim diário da vida de figuras públicas que os jornais ou televisões elegem e lançam no “mercado de massas” só por isso ser coisa rentável. Em suma, a televisão invade o cinema, investe em produções em que figuram vedetas do pequeno ecrã e outras que enchem o grande com as suas características físicas, com exposição crua em cenas de sexo explícito. O estratagema resulta, o alvo é atingido e quase todos filmes se tornaram sucessos de bilheteira.

domingo, 15 de maio de 2011

Cinema Francês

França foi o lugar onde nasceu o cinema e vários movimentos cinematográficos, como a Nouvelle Vague. 
Como já dissemos anteriormente, o cinema surgiu historicamente, após a invenção do cinematógrafo dos irmãos Lumière. 

Após a Primeira Guerra Mundial, a indústria francesa de cinema sofreu com a fraca economia, e as produções diminuíram no resto da Europa, o que permitiu que as obras cinematográficas americanas entrassem no mercado europeu devido o baixo custo em comparação aos filmes europeus.

Durante o período entre a Primeira e a Segunda Guerra Mundial, Jacques Feyder tornou-se um dos fundadores do realismo poético em França. Nas décadas de 30, vários filmes foram precursores da era New Wave, cujo movimento é influenciado pelo italiano neo-realismo e os clássicos de Hollywood.

Posteriormente a Segunda Guerra Mundial, o cinema francês passou por diversas fases, tais como o minimalismo, onde procuraram-se exprimir através de seus fundamentais elementos, especialmente, nas artes visuais, no design e na música, os filmes comerciais, que tiveram muito sucesso pela sua comédia. Nos anos oitentas, aparece o movimento “Cinema du Look” onde seu principal objectivo era o estilo visual, mais do que a narrativa, espectáculo ou substancia.

Nestes últimos anos, várias produções francesas ganharam reconhecimento internacional, como Amèlie que virou um estrondoso sucesso mundialmente e elogiado incansavelmente pela crítica, e também, vários directores franceses tem vindo a produzir obras estrangeiras.
Actualmente, o cinema francês é o mais dinâmico da Europa em termo de público, de filmes produzidos e de receitas geradas por suas produções.